Contrahegemonia y Fronteras Culturales
MICHEL CROZ | I – La hegemonía cultural (así como la hegemonía política, o deportiva, o social) es un dispositivo de control y disciplinamiento característica de nuestra histórica forma de dominación (en los años 60 se hablaba de “centro – periferia”, “primer mundo y tercer mundo” para dar cuenta de la desigual relación entre las naciones “opulentas” y de nosotros, los “subordinados”.
En una suerte de imposición de catálogo: epistemológica, axial, vivencial, del centro en relación a los bordes, a las fronteras en tanto bordes, a los espacios marginales del estado-nación, a los bordes que deben ser «integrados», «incluidos», «domesticados», «normatizados», ¡úfa! Lo contrahegemónico ha sido siempre hacer de la desobediencia (a los variopintos opresores de turno) “un arma cargada de futuro” (Celaya).
De ahí que nuestra cultura del contrabando, sea una provocación poeticopolítico y antropológico, que salta por encima de las legalidades; y así como la «piedra pómez» (estructura geológica de nuestros cerros) permea aguas de lluvias y acuíferos (ideas, acciones, praxis e ainda mais, que se filtran a través, por entre, líneas y marcos, signos espaciales de la micropolítica oficial) así como las insurgentes bicas, podrían ser, entonces, manifestaciones de una poética popular fronteriza de sobrevivencia, riveramentense, multicultural, rizomática y subversiva (por entre el entretejido de lo social, lo político, lo cultural y lo sexual).
II El 19 de enero de 2016 se inaugura el Forum Social Mundial (FSM) en Porto Alegre, (en contrapunto al Forum Ecónomico Mundial de Davos, Suiza donde se reúnen los “dueños” del mundo). El FSM es encuentro de la diversidad social y cultural, bajo el lema de “Otro mundo es posible”. Este año se conmemora los 15 años del Fórum. Con idas y venidas muy dialécticas, el FSM se ha constituido en un gran espacio de mixtura, donde se juntan los que deseamos y vivimos por un mundo mejor, y renegamos las órdenes imperiales hegemónicas de los capitalismos de turno, reflejados en los gobiernos progresistas, de bienestar y socialdemócratas que en muchas partes del mundo y de nuestra región, extienden su desgobierno.
III Incluido en el FSM Porto Alegre, como actividad autogestionaria a realizarse el sábado 23 de enero las “FRONTEIRAS CULTURAIS / FRONTERAS CULTURALES” reunirá a colectivos culturales y artísticos, referentes de la cultura fronteriza de ambos lados de la línea divisoria (?) de Brasil y Uruguay. Transcribo (o mejor corto y pego) la gacetilla de prensa enviada por el santanense Ricardo Almeida, coordinador de la actividad.
“A atividade FRONTEIRAS CULTURAIS – FRONTERAS CULTURALES faz parte da programação do Fórum Social Mundial 2016 e vai ocorrer no sábado, dia 23 de janeiro, a partir das 9h30, numa grande tenda montada no Parque da Redenção (tenda nº 2), em Porto Alegre.
Neste evento, artistas, coletivos culturais, produtores(as) e pesquisadores(as) que atuam em diversas ações de fronteira irão relatar as suas experiências e abordar alguns conceitos que são utilizados nos processos de integração cultural nessas regiões.
Uma constatação é que enquanto as fronteiras políticas ainda separam, as fronteiras culturais aproximam e misturam hábitos, costumes, sonoridades, ritmos, paisagens, sabores e memórias. Após as apresentações iniciais, haverá uma roda de conversas e depoimentos.
O propósito é refletir sobre a integração cultural e constituir uma rede orgânica de pessoas e organizações que atuam nas regiões de fronteira. No caso da fronteira Brasil e Uruguai, as ações culturais têm avançado fortemente nos últimos seis anos.
A região, que era apenas lembrada pelo turismo de freeshops ou pela cultura gauchesca, hoje tem um Calendário de Integração Cultural que conta com mais de vinte ações de convivência, cooperação e intercâmbio. Entre elas, estão o Festival de Cinema da Fronteira, o Festival Binacional de Enogastronomia e Produtos do Pampa, o Festival Internacional de Música do Pampa, Carnavais binacionais, feiras binacionais do livro, Festivais de teatro (Mucha merde!) entre outros.
PROGRAMA: 9h30 – Mesa 1: Felipe Azevedo – A transculturação e a desfronteirização cultural Jussara Dutra – Cozinha de fronteira Luiz Alberto Cassol – Os festivais de Cinema nas Fronteiras Marília Floôr Kosby – Los gaúchos e a lida campeira Michel Croz (Uruguai) – Teatro e Poesia em Riveramento Ricardo Almeida – Fronteiras políticas e fronteiras culturais (Mediador) Richard Serraria – Tambores e canções cavalgando fronteiras Tau Golin – Fronteiras e as formações das nações. 10h45 – Mesa 2: Adriana Dorfman – Projeto UnBral Fronteiras Federico Fornazieri – Políticas culturais no Mercosul Lélia Almeida – As vivandeiras – Elas brigam como bichos e morrem por amor Manoel Henrique Paulo – Calendário da Integração Cultural e ações entre o Brasil e o Uruguai. Marta Piñero (Uruguai) – Políticas de gênero na fronteira Brasil-Uruguai Tarson Nunes – Políticas de fronteira (Mediador) Vanessa Marx – Construindo diálogo entre a universidade e os movimentos sociais Veronica Loss –Kuña Payé y La Marcha de las putas Rivera-Livramento 12h00 – Roda de saberes e depoimentos (participação livre) 13h – Encerramento.”
Aporte comunicacional:
Uruguay
Por Michel Croz